Exercício

2013 não foi um bom ano. Teve momentos espetaculares, é certo, mas foi, em geral, um ano muito, muito difícil. E terminou, fazendo jus aos meses anteriores, da forma mais atribulada de que se lembrou. 2013 foi o ano em que, pela primeira vez, aceitei a desistência. Acho que nunca antes tinha desistido de nada, e admiti-lo, mais até do que o fazer, foi uma guerra comigo mesma, durante tanto tempo que nem gosto de pensar. Foi um ano em que perdi alguém que me era querido – e, pior do que isso, querido a uma das pessoas mais importantes da minha vida. Por mais vezes do que que desejaria, em 2013, deixei também fugir a esperança. Dezembro, e o calor das festas que lhe é caraterístico, e que eu vivo e apregoo aos quatro cantos do mundo, traiu-me no dia em que não o poderia ter feito. A véspera de Natal, a chuva e aquele lugar concreto foram, desta vez, apenas amontoados na minha memória, de um acidente que eu tentei, durante segundos que me pareceram uma eternidade, evitar. E, por isso, a ceia não teve o mesmo sabor. Nem o dia seguinte, em que tudo me pareceu banal, apesar de todos os momentos alegres, animados e de aquecer o coração com as famílias (a minha e a emprestada, dele).

2013 não foi um bom ano, e eu já queria que tivesse acabado há muito tempo. Em maio/ junho, ouvia o meu pai dizer o mesmo. Ainda assim, foi um ano em que fui também muito feliz. Em que tomei decisões que, ainda que por motivos vários não tenham mudado a minha vida, vão mudar, em breve. Em 2013, ri muito mais do que chorei. Fiz muito mais do que disse que iria fazer. Ofereci finalmente as prendas que queria oferecer. Superei-me profissional e pessoalmente em situações e desafios com que, há uns tempos atrás, não teria sabido lidar. Foi o ano em que ele acabou o curso, e essa era também já uma meta minha. Cozinhei mais e melhor, envolvi-me em 100 projetos extra, vi o meu tempo desaparecer e tornei-me mais serena, mesmo com o aumento de todo o stress e ansiedade exteriores. 2013 acabou finalmente, e ainda bem. Agora é, literalmente, tempo de fazer as malas, que a próxima viagem está agendada para dia 10, e mete aeroporto..

Para 2014 as resoluções ficaram escritas a dois, nas notas do telefone, em viagem. Não as levo muito a sério. Não me levo, a mim, muito a sério.

(Redigido a 02.01)
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