Quando as marcas sabem jogar. Clap, clap!

                                                                                                                         Catherine Zeta Jones e Antonio Banderas

O Zorrinho, que de Zorro não tem nada, nem a postura, nem o cavalo (nem carro que se preze, quanto mais!) achou por bem vir escrever na sua página de Facebook, essa plataforma nada pública, que é um democrata (das democracias com muitos custos) e que quer que tudo se saiba. Colmatou um discurso estapafúrdio com a pérola de sabedoria Até que deixei de puder - por favor, "puder" ?? - usar em serviço um BMW 5 para usar um Audi 5 porque era signitivamenrte mais barato. Sim, signitivamenrte e não significativamente, com o exato propósito de deixar claro que não falamos a mesma língua. Tenho para mim que nem sequer pensamos da mesma forma, nem estamos, com certeza, no mesmo país. Mas isso sou eu que o digo, do interior do meu pequeno Kia, que é mais do que suficiente para a próxima década, estilo até ao infinito e mais além, como nos desenhos animados. Nunca percebi o fascínio do Homem por quatro rodas. É para nos deslocarmos, e ponto final. O interesse deve estar nos pontos de partida e de chegada, e não na viagem. Ninguém diz: "epá, uau! vou até às caraíbas num avião com um sistema de poupança de combustível incrível, que é capaz de arrancar em menos 3 milésimos de segundo do que o modelo anterior e tem bancos aquecidos". Não nego, contudo, à partida, uma ciência que desconheço, porque sei que há por aí muito boa gente que também não compreende o fascínio do Homem (e aqui, sendo justa, quero dizer sobretudo "Mulher") pelos trapos que usa para se cobrir. É para nos vestirmos, mas não consigo pôr-lhe o ponto final. Isto para dizer que posso perfeitamente querer rechear o meu guarda fato com casacos de 1000 euros e sapatos que só começam a contar nos 500. Com toda a sinceridade, de quem quer que tudo se saiba, querer não custa, nem um bocadinho. Obviamente não o faço, não só porque não mergulho em notas quando entro na banheira, mas porque por muito que goste de roupa (e que, vá, me descontrole controladamente algumas vezes) não deixaria de ser um desperdício completo fazê-lo aos milhares, sobretudo com dinheiro que não é meu -  É dinheiro dos contribuintes? Claro que é. Posto isto, parece-me natural que o Zorro, perdão, Zorrinho (no sentido mais diminuto, triste e infeliz do nome) queira andar de BMW 5. Mas então e os metros, os autocarros, e os comboios? Pois, talvez isso explique o devaneio TGV de há uns tempos. Então e as bicicletas e a diminuição das emissões de gases poluentes? Então e os exemplos que quem representa deve passar? Então e a mensagem de que contentar-se com um Audi A5 é uma chatice enquanto a população com que se finge preocupar nos bancos de trás do carro, ao mesmo tempo que se delícia com o Ferrero Rocher providenciado pelo motorista, vende os trambolhos de 10 anos que tem em casa porque deixou de ter dinheiro para o combustível? Não me parece nada bem. E depois vem dizer que Só quem não sabe o que é a actividade da AR é pode imaginar que um GP pode não ter carros para os deputados que são solicitados para participar diariamente em actividades da sociedade civil em todo o País. Ora bem, digo-lhe eu, que nem sou Zorra, mas estou farta desta porra, que só quem não trabalha e não está corretamente familiarizado com esse conceito é que pode imaginar que todos (TODOS) aqueles que o fazem diariamente não estejam na mesma precisa situação. Digo, salvo exceções para os mais sortudos, que esta cambada de trabalhadores, que somos todos nós que ainda não estamos desempregados apesar dos vossos esforços contínuos para tal, também precisa de participar diariamente em atividades do empregador, que podem não ser em todo o país, sendo que também não o serão certamente na sala de jantar. E já agora, para quem percorre a nação numa base diária, e a qualquer momento, parece-me um desperdício de tempo absoluto aquele que é gasto em viagens. Não seria mais produtivo se o GP do PS agarrasse no portátil, na carruagem do Alfa-Pendular, e fosse pondo o trabalho em dia? Era preciso tê-lo, ou querer fazê-lo, bem sei, mas se o Zorro, perdão, Zorrinho, pode querer um BMW 5 e se os sonhos do senhor até se tendem a concretizar, também vou começar a embarcar nessa de pedir coisas. Para já, para já, assim com efeitos mais imediatos queria, por exemplo, que as pessoas deixassem de ser estúpidas, de dizer coisas estúpidas, de fazer coisas estúpidas e de estupidamente acharem que assim é que estão bem. Depois, posso querer um Clio para o Zorro e para todo o seu exército. De preferência só um, para que se enfiem todos lá dentro, porta-bagagens e tudo. E ai, caraças, Zorrinho! que se fosse Zorro andava a pé e nem as bolhas na sola seriam coisa à Calcanhar de Aquiles. Valha-nos a coerência da estupidez: esta conversa toda do pseudo-fraco-Zorro só veio em socorro do Assis, que de Santo não tem nada. 

Acaba o bom nome, e acaba tudo. 
É a desonra das origens!
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