Que medo

Os primeiros, ignorei-os. Mantive-me impávida e serena, como se nada fosse. Mas este relâmpago, este que foi o mais estrondoso, com mais luz, mais perto e mais imponente de todos eles, obrigou-me a estremecer e a prestar-lhe atenção. A casa toda acordou. Os corações pararam por milésimos de segundo. Lá no sótão, o tecto pareceu querer cair e, no escritório, a janela aberta permitiu o ricochete no computador que logo se apagou. Ainda por recompor do susto e lá vem um segundo, com a mesma intensidade e um mesmo despertar, provavelmente, de toda a cidade. Faltou a luz. O trabalho foi ao ar. Assim não vou conseguir dormir, bolas! Parece que algo me vai sair do peito. Posso dizer que nunca vimos, ouvimos ou sentimos nada assim, do alto dos nossos cento e sessenta anos juntos. 
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