Vénus e Marte...assim tão longe?


Sempre ouvi dizer que homens e mulheres são originários de diferentes planetas. Confesso que nunca dei muita importância ao tema, e que, até há bem pouco tempo, defendia uma génese comum. É claro que toda esta ideia acabou no momento em que mais um brilhante exemplar do espécime masculino me premiou com a teoria mais inacreditável de sempre. É-o de tal forma que me custa a crer que as coisas assim o sejam na realidade; mas ele tanto insistiu que vamos dar o benefício da dúvida.

(Já não me lembro como chegámos a este ponto, nem do que falávamos antes, mas sei que estava a tentar provar algo. Claro que qualquer que fosse a minha ideia caíu pelo cano abaixo, assim que o diálogo rumou para outros portos):

Eu: É assim sim. Por exemplo, já namoraste com alguma Ana?
Ele: Não sei.
Eu: Não sabes? Como não sabes? Não te estou a perguntar qual era a cor preferida dela, nem sobre os momentos que passaram juntos. Estou a falar do nome!
Ele: O que é que queres que te diga? Não me lembro.
Eu: Não te lembras? Como é que isso é possível!?
Ele: Sabes há quantos anos namoro? (Aqui entra a típica gabarolice masculina).
Eu (Entrando no jogo): Não...
Ele: Há dez.
Eu (Fazendo as contas): Há dez tinhas onze anos. Não me venhas com tangas, estou a falar de namoros a sério. Nem sequer te estou a perguntar por curtes, quantas raparigas beijaste ou seja o que for. Se bem que acho que devias lembrar-te dos nomes delas na mesma, mas tudo bem. Perguntei-te se namoraste com alguma Ana. Um namoro é uma relação, implica um compromisso, gostares de alguém. Como podes não saber o nome?
Ele: Queres que te diga o quê? Não sou como tu! É a minha maneira de ser. Se já não me interessa, apago das minhas memórias.
Eu: E como é que isso se faz? Mesmo que eu quisesse não conseguia fazê-lo. Esqueço-me das conversas, dos pormenores, até de momentos; mas não do nome da pessoa.
Ele: Pois, já te disse o que pensava! Além disso, já tive namoros de um mês ou menos. Não têm necessariamente que ser essas relações complexas que descreves.
Eu: Um mês? Isso lá é namoro!
Ele: Para mim é. E acabou esta conversa, não vamos chegar a lado nenhum.

E pronto, deixou-me assim, incrédula e sem direito a mais perguntas – que admito, eram sempre as mesmas. Continuo sem acreditar que seja possível esquecermo-nos dos nomes das pessoas com quem tivemos uma relação. É coisa de mulher, pensar assim? Homens, manifestem-se também e digam de vossa justiça. Esclareçam-me!
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