Se há coisa que eu não percebo é a mania dos homens insistirem que as mulheres ficam melhor ao natural. É claro que sabe bem ouvir um "és linda" quando acabamos de acordar e temos os cabelos em pé, as olheiras até ao queixo e o canto do olho cheio de remelas (ou ramelas?). É coisa de quem gosta, coisa que sabe bem. E nem digo que seja coisa absolutamente falsa. Ou por outra, não creio que seja de todo. Ninguém se torna bonito por encher a cara de base ou as pestanas de rímel. Porém, pode tornar-se mais bonito; mais apresentável vá. Não aos olhos de quem ama, que esses vêem para além do que é visível. Mas há todo um conjunto de outros seres que habitam este planeta e sim, reparam que existimos, uma vez por outra, quando chocamos com eles no metro, na esquina de uma rua, na porta de um café.
Se há coisa que eu gostava, mas gostava mesmo, era de assistir a um primeiro encontro, em que ele, todo pimpão, cheio de gel no cabelo (eles podem usar gel, mas nós não devemos borrar a cara toda), e todo perfumado (macho que é macho enche-se de perfume para que saibamos que está a chegar, assim que sai de casa), recebia uma ela, com os caracóis descontrolados, cara de quem acabou de sair da cama e vestida com o primeiro trapo que encontrou.
Se há coisa que eu gostava, mas gostava mesmo, era de assistir a um primeiro encontro, em que ele, todo pimpão, cheio de gel no cabelo (eles podem usar gel, mas nós não devemos borrar a cara toda), e todo perfumado (macho que é macho enche-se de perfume para que saibamos que está a chegar, assim que sai de casa), recebia uma ela, com os caracóis descontrolados, cara de quem acabou de sair da cama e vestida com o primeiro trapo que encontrou.
É como dizerem que não compreendem a pancada feminina pela roupa. Isto tudo porque eles compram o pacote que lhes parece mais giro, sem quererem saber bem o que lá tem dentro. Note-se que esta é uma afirmação desprovida de qualquer guerra superficial - profundo. Não é disto que se trata a conversa. A verdade é que gostam do resultado quando aparecemos cuidadas, perfumadas, bem vestidas, com umas pestanas longas e umas faces rosadas. Mas se querem saber como lá chegamos? Nem por isso. Se querem perder tempo a verem como lá chegamos? Muito menos. Se enchem a boca para dizer que não é necessário? Pois está claro que sim.
Eu não uso maquilhagem no Verão. O dourado do sol chega para me sentir feliz e não vejo muita necessidade em andar a espalhar pozinhos pela cara. É claro que se for sair à noite, uma sombra no olho ou um brilho nos lábios não faz mal a ninguém. Contudo, em pleno Inverno de faces pálidas e olheiras gigantes que me recordam que acordar às 7h00 é prejudicial para a minha imagem (e saúde mental), é indispensável abrir a bolsa mágica. É que vejamos, sempre que me esqueço, ou saio mais à pressa (sim, eu sei, isso nunca deveria acontecer), a primeira coisa que me perguntam no trabalho é se estou doente, depois de um "estás com tão mau aspecto".
Portanto, se há coisa que eu não percebo é a mania dos homens insistirem que as mulheres ficam melhor ao natural. Ficam sim, desde que eles não as vejam nessa figura. Mas eles é que sabem.
Nota: sou completamente contra as bonecas que às vezes encontramos por aqui e por ali, com a maquilhagem tão carregada que parece que saíram de um festival travesti. Também não aprovo um bronze falso, vermelho e esquisito em pleno Janeiro. Se há coisa que me faz comichão (e creio que lhes faz alergia) são mulheres com cara preta e pescoços e braços brancos. Tudo o que é demais enjoa.