Se há coisa que eu gostava, mas gostava mesmo, era de assistir a um primeiro encontro, em que ele, todo pimpão, cheio de gel no cabelo (eles podem usar gel, mas nós não devemos borrar a cara toda), e todo perfumado (macho que é macho enche-se de perfume para que saibamos que está a chegar, assim que sai de casa), recebia uma ela, com os caracóis descontrolados, cara de quem acabou de sair da cama e vestida com o primeiro trapo que encontrou.
É como dizerem que não compreendem a pancada feminina pela roupa. Isto tudo porque eles compram o pacote que lhes parece mais giro, sem quererem saber bem o que lá tem dentro. Note-se que esta é uma afirmação desprovida de qualquer guerra superficial - profundo. Não é disto que se trata a conversa. A verdade é que gostam do resultado quando aparecemos cuidadas, perfumadas, bem vestidas, com umas pestanas longas e umas faces rosadas. Mas se querem saber como lá chegamos? Nem por isso. Se querem perder tempo a verem como lá chegamos? Muito menos. Se enchem a boca para dizer que não é necessário? Pois está claro que sim.
Eu não uso maquilhagem no Verão. O dourado do sol chega para me sentir feliz e não vejo muita necessidade em andar a espalhar pozinhos pela cara. É claro que se for sair à noite, uma sombra no olho ou um brilho nos lábios não faz mal a ninguém. Contudo, em pleno Inverno de faces pálidas e olheiras gigantes que me recordam que acordar às 7h00 é prejudicial para a minha imagem (e saúde mental), é indispensável abrir a bolsa mágica. É que vejamos, sempre que me esqueço, ou saio mais à pressa (sim, eu sei, isso nunca deveria acontecer), a primeira coisa que me perguntam no trabalho é se estou doente, depois de um "estás com tão mau aspecto".
Portanto, se há coisa que eu não percebo é a mania dos homens insistirem que as mulheres ficam melhor ao natural. Ficam sim, desde que eles não as vejam nessa figura. Mas eles é que sabem.
Nota: sou completamente contra as bonecas que às vezes encontramos por aqui e por ali, com a maquilhagem tão carregada que parece que saíram de um festival travesti. Também não aprovo um bronze falso, vermelho e esquisito em pleno Janeiro. Se há coisa que me faz comichão (e creio que lhes faz alergia) são mulheres com cara preta e pescoços e braços brancos. Tudo o que é demais enjoa.