Ao primeiro dia de maio...

É o sol que me acorda. O despertador toca, é certo. Não sabe que é feriado, está programado para todos os dias úteis. Que é isso de um dia útil? Já por mim passaram dezenas de segundas-feiras sem cumprir esse requisito. Saio da cama como se fosse domingo. Daqueles que eu tinha quando era pequena, com os desenhos animados a passar na TV. Está a dar o Bambi 2. Tentei acompanhar e apercebi-me que o primeiro não foi um filme que me marcou. À parte daqueles que eu considero ser os bonecos mais giros da Disney (desenhos bem conseguidos), é dos poucos filmes cujas falas não memorizei, cujas cenas não sei de cor. Vi duas vezes na vida, se tanto. Vezes dez passaram todos os outros. 

Demorei-me a comer Chocapic. Até entornar leite no cobertor e encerrar o pequeno-almoço da preguiça. Fiquei pelo sofá, mais um pouco, a ver as séries que tinha deixado pendentes. Não vai ser um dia de descanso. Sem preocupações ou trabalho para deixar fechado. Mas eu não consigo deixar de sorrir na mesma. Talvez seja realmente do sol que me entra pela janela. Talvez seja do mês que começou. Da contagem decrescente para Londres, mais uma vez. Do fim-de-semana que já planeei. Das coisas que queria comprar há algum tempo, e que agora fazem sentido. Do meu carro que voltou e do medo que, ao contrário do que eu antecipava, desapareceu. De alguém do passado que quer regressar. Talvez seja do conjunto de todas essas coisas, não sei. Aquilo de que tenho a certeza, é que é um sorriso de esperança, daqueles que vem cheio de planos e traz consigo a vontade inexplicável de uma limpeza de primavera para um recomeço total. 

Até me apetece arrumar o quarto. 
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