Coisas que me acontem - parte mil

Quando eu começo uma conversa com um "não imaginas o que me aconteceu", quase sempre imaginam, quase sempre TODA a gente imagina o que poderá ou não ter acontecido, por vir de mim. Ao que parece, sou a única pessoa que ainda estranho as vezes em que vou pagar a gasolina com o cartão errado (não tendo o certo ou qualquer outra amostra de dinheiro), ou quando parto um frasco de compota no hipermercado, mesmo em cima do meu pé. Diz que ambas aconteceram hoje, uma de manhã, outra ao final do dia. Dom namorado salvou a primeira, mesmo à distância - tudo agora é possível com a Internet, desde que alguém me atenda o telefone às oito da manhã. Na segunda ocasião, fui para ao gabinete de primeiros socorros do Jumbo. Com o pé em sangue. A palma do pé em sangue. As sandálias a escorregar de tanto sangue. E deixando todo o chão imundo com sangue. E olhem que cortar-me, ir contra algo e arranjar feridas é o meu prato do dia. Para estar a dizer que era sangue em quantidades que faziam impressão, é porque era mesmo. O corte - vá - foi jeitoso. Não incomoda, mas fez ali uma festa. E compota, que era suposto, nem um bocadinho. Caiu-me uma parte do vidro do início do frasco, que não apanhava ainda o doce. Aterrou em cima do meu polegar e fez mossa de uma ponta a outra. Qual seria a probabilidade? Zero, respondo eu. Cem, todos os que me rodeia.
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