Uma pessoa nem se dá conta. O dia amanhece igual aos outros (pelo menos, às sete da manhã). A noite foi na mesma de edredom. As roupas são as que poderiam ter sido no dia anterior. O ar condicionado ainda não vem ligado. A empresa é fresca, sem qualquer necessidade de ventoinhas. Mas depois sai-se, à hora de almoço, em plena magnitude solar, e damos por nós no supermercado a trazer gelados, beterrabas, alfaces e meloas, porque tudo o resto até parece que já nem sabe. E ao contrário dos outros dias, em que a comida fica a aguardar o fim do dia no carro, temos de trazer tudo para dentro e guardar no frigorífico, porque damos por nós, e só trouxemos frescos.