Comer ou não comer

A manhã de segunda começou com um Teste de Intolerância Alimentar. Tenho duas páginas de alimentos que devo evitar - na realidade, esta secção ocupa apenas meia página -, e mesmo retirar da minha vida para todo o sempre (todo o restante documento). Assim para já, preocupa-me essencialmente o peito de frango (posso comer perna, mas a perna não se desfia nas saladas e nas quiches da mesma forma), as tangerinas (eu como todos os dias, TODOS os dias), os ovos (essencialmente a clara), o fermento (oi? como é que como pão?), a abóbora (que vai sempre na sopa) e a sangria. Sangria é, praticamente, a única bebida alcoólica de que gosto. O médico ainda me lembrou que o vinho branco e o tinto estavam a salvo. Mas eu gosto deles é com a fruta, o açúcar amarelo, o pão de canela e a gasosa. Falando nisso, nada de água mineral com gás (embora com a Coca-Cola esteja tudo bem) ou de fructose. O leite meio-gordo também não. Gordo tudo bem. Magro sem problemas. Meio-gordo, que é o que há lá por casa, é que não. Posto tudo isto, estou a modos que tramada.

O lado positivo, para além de ter passado a ter mais conhecimento sobre o meu organismo em concreto, e não sobre o funcionamento do corpo humano em geral, como vem nos livros, é que, de acordo com a minha estimativa muito pouco científica, cerca de 80% das minhas intolerâncias são coisas a que eu não ligo, ou de que nunca gostei. É engraçado. Parece que temos tendência a afastar-nos, mesmo sem saber porquê. Tirando os pequenos grandes desastres acima referidos, a lista está repleta de alimentos que já não me despertam grande curiosidade há muito tempo, como a carne de porco, vaca e peru, o kiwi, a manga ou o feijão frade. Tudo coisas que eu adorava há uns anos, e que agora só toco se não houver mais nada. Não é que desgoste, mas não são a minha primeira escolha. Por outro lado, coisas como pipocas, marmelada, gengibre, morcela, favas ou salmonetes nunca fizeram parte do reportório. Menos mal.

É claro que deveria ter começado este post por explicar de que raio estou eu a falar: um Teste de Intolerância Alimentar é uma ferramenta que nos permite descobrir que alimentos interferem com o nosso sistema digestivo. Só e apenas. Não desvenda alergias. Não mede os nossos níveis de açúcar no sangue. Serve para o seu propósito e ponto final. E qual é o seu propósito? Ensinar-nos a ler os alimentos de acordo com a relação bioquímica que têm com o nosso organismo. Independentemente das calorias, que já nos habituámos a reconhecer e a usar para rotular os alimentos de bons e maus, como me lembraram hoje. Com este teste, mais do que isso (embora essa nota não deva ser descurada) sabemos quais os que são bons e maus sim, mas para nós, para o nosso corpo. Eu, por exemplo, não posso comer alface frisada.

Fiz o teste na Clínica em Forma, em Lisboa. Antes que se assanhem, posso garantir-vos que este não é um blogue suficientemente fixe para receber patrocínios, por isso se estou a publicitar algo, de alguma forma, é apenas porque me apetece falar sobre o tema. E se refiro o espaço, é somente porque é o único que conheço, um em que fui bem tratada, e uma referência que acredito ser de qualidade e que possa ser útil para quem queira experimentar. O que eu fiz, foi por biorressonância. Sentei-me numa cadeira, durante aproximadamente 50 minutos, e o médico que me acompanhou ia tocando com uma caneta na ponta dos meus polegares, alternadamente. E foi só. Vimos 29 grupos de alimentos, e entre cada um, lá me foi explicando que intolerâncias e sensibilidades eu tinha. No fim, o relatório foi impresso e veio comigo no bolso. Existe a alternativa através de análises sanguíneas (300 euros, 1 mês para os resultados). O que me explicaram foi que, hoje, a fiabilidade já é muito equivalente. O custo deste teste é de 120 euros e a informação é imediata.

E o que é que provocam os alimentos a que somos intolerantes? Ora bem, atuam em três vertentes: 1) desencadeiam processos inflamatórios do nosso organismo para os expulsar - e essas inflamações são terreno fértil para desenvolvimento de outras doenças; 2) contribuem para a oxidação do organismo e, portanto, para o seu envelhecimento precoce e 3) irritam o intestino, que é onde reside grande parte do nosso sistema imunitário. Por outro lado, pensamos que estamos a ter uma alimentação correta - se realmente assim o for - quando não estamos a ingerir sequer os nutrientes que planeámos. E depois podemos sentir de tudo: inchaço abdominal, enxaqueca, dor de cabeça, obstipação, entre vários outros. Pior é quando não sentimos nada. Ou quando sentimos, dias depois, já sem conseguirmos relacionar a nada. A intolerância está lá e pode ser tão ou mais forte do que aquela que já identificámos. Para quem quiser perder peso, é também uma grande chatice. Se o corpo não absorve...

Agora vou ali deprimir um bocadinho e pensar que, muito provavelmente, deveria tornar-me vegetariana (esqueci-me de mencionar a enorme lista de peixes intolerantes?).

Info aqui: http://nutricao.emforma.pt/intolerancia-alimentar.html
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