Notas soltas

                                                                                                                                                                Amanda Seyfried

Os dias ficam mais pequenos, e não é apenas em luz. Outubro está a acabar e, depois de mil posts sobre o mesmo, acredito que não precise de vos explicar o quanto isso me assusta. A saga vai ter um fim. O que não deixa de ser, em simultâneo, a melhor coisa do mundo. É claro que a frequência de visitas a este blogue diminui. As minhas, espero. Porque há isto e aquilo por fazer, aqui e ali por ir e todo um dever a cumprir. Pelo meio, fiquei sem óculos. Já vos tinha dito? Perdoem-se se estiver em modo bis, mas ultimamente os meus neurónios estão preenchidos com outro tipo de informação. Pois sim, os meus óculos foram atropelados. Duas vezes, e à minha frente. Valha-me o senhor arrumador que os resgatou antes da terceira. Com isso, vieram muitas dores de cabeça. Não das figuradas, das reais, que nem sempre passam com um comprimido. As noitadas passaram de difíceis a inexistentes e o dois outros "dês" ocuparam o meu dicionário: desistência e défice (de páginas, pois sim). O fim-de-semana, como se sabe, é para repor energias. Em teoria. Só em teoria. As gastas, porém, sabem melhor e são em família. 

Quarta-feira, enquanto falava ao telemóvel e andava na rua com dois sacos, uma mala gigante e um guarda-chuva no braço, espetei a vareta do último dentro da minha narina esquerda. Quase a senti no cérebro. Fiquei a deitar sangue. Fui ouvir a Carolina Deslandes, e jantar no feminino, com conversas que só se têm com grandes amigas, enquanto me deliciava com as batatas fritas mais gordas de Lisboa. Saí e apanhei uma molha. Entrei em versão constipada. Fui ao centro comercial no dia seguinte. Estacionei e tinha uma poça de água gigante ao lado. Descobri-a depois de tropeçar e cair de rabo, redonda no chão. Uma mulher aguenta a calçada portuguesa de saltos altos o dia inteiro, e depois deixa-se fazer a espargata para as câmaras de vigilância. Fui à procura de umas botas, não havia o meu número. E o encontro de última hora com a aranha? Nem me digam nada. Sem botas novas, fui ao armário antigo. Dentro das cinzentas estava a viver um bicho peludo de patas finas e gigantes. E eu, armada em esperta, achei por bem aproximar-me muito e ficar pasmada em frente à maior aranha que já tinha visto. Decidi, como qualquer pessoa faria (não!), tirar-lhe uma fotografia. Pois virei-me para agarrar no telefone e o animal fugiu. Escusado será dizer que tive duas noites a dormir na sala, até o meu pai ter destruído a criatura. E podia continuar. Há coisas que, ao domingo, já me escapam. Palpita-me, contudo, que este parágrafo já é perfeitamente capaz de vos elucidar relativamente à minha semana.

Depois dizem-me que não venho ao blogue e mimimi. 
Pudera.
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