É que não deixo mesmo para amanhã

                                                                                                                                                            Christina Aguilera

Estou absoluta e completamente rendida ao The Voice e isso é, simplesmente, uma chatice. Já tenho alarme no telemóvel para não me esquecer, mesmo não precisando dele para nada, que uma hora antes a televisão é sintonizada no canal certo, enquanto convenço os outros habitantes da casa a juntarem-se a mim para mais um episódio. Qual quê. Vai tudo dormir. E fico eu, extra desperta, a rir, sorrir e a aplaudir no sofá, como qualquer grande entusiasta de bancada. O pior é quando a cantoria acaba. Dou por mim sozinha, na sala, em silêncio e com a cabeça mais pesada, ainda de computador nas pernas e com o word a olhar-me com aquela cara de não teria sido mais inteligente teres deixado isso a gravar para poderes acabar o capítulo com que hoje te comprometeste? Teria, pois teria. Mas venham lá dizer-me que gravações são a mesma coisa. Não são. Nem textos sem ponto final. Os meus ainda vão em parágrafo e isso significa - isso e o The Voice - que não estou na cama quando toda a gente está. Ao invés, já fui ao esconderijo das bebidas energéticas, agarrei numa palhinha cor-de-rosa e cá estou eu, em plenas férias - oh, quão relaxantes! - a fazer noitadas. Pois que não, que amanhã não trabalho e que poderia perfeitamente deixar isto para depois. Mas não deixo. Porque o depois já está cheio de coisas adiadas. Aliás, o depois tem sido hoje, ontem e anteontem, que esta dissertação era para ter sido entregue em setembro. 

17 de novembro, apontem nas vossas agendas. 
Vai haver festa.
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