Os meus Santos Populares

                                                                                                                  Keira Knightley

O meu pai faz anos a 12 de junho. Em pequena, não dava por perder nada, e à medida que fui crescendo, não senti que estivesse a perder. Lembro-me de um ou dois anos em que saí sorrateiramente depois do jantar de comemoração e me escapei para Lisboa, pronta para a festa. É giro, divertido e uma alegria pegada, e se vivesse lá pelo meio, seria perfeito. Mas não é nada que me tire o sono e que me deixe em modo de contagem decrescente até chegar. Não estou a desvalorizar a animação, mas os meus Santos Populares vivem-se com outra tradição, uma bem familiar, como eu mais gosto. E se há alturas em que estou disposta, e com energia suficiente, para sair e aguentar a noite em claro, esta não é, claramente, uma delas. Porque pegar no carro à meia-noite, rumar a Lisboa, estar uma hora à procura de lugar e outra a andar a pé para encontrar alguém, e começar a noite lá para as 3, quando já estou mais morta do que viva, não é coisa que me apraz. 

Assim como assim, tivemos por cá o pão saloio e as sardinhas feitas na brasa, com batatinha a murro e um belo de um bolo de anos para a sobremesa. À mistura, um vídeo feito pelo irmão, que eram 50 anos caramba (!), e muitas gargalhadas no ar. Eu gosto muito de confusão e de noites agitadas, mas para mim o 12 de junho tem outro significado.
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