Aqui há uns meses fui beber café com um grande amigo. A meio da conversa, começámos a discutir teses, e ele falou sobre a dele, sobre como tinha sido difícil conjugar tudo, sobre todas as noites em que chegava a casa, depois do trabalho, jantava e ia escrever, até às três da manhã. Lembro-me de ter acenado com a cabeça como quem concorda e compreende. Mas eu não concordava, nem sequer compreendia. Aliás, enquanto o meu corpo se manifestava condescendente com toda aquela conversa, a minha mente vagueava por ideias semelhantes a "este tipo é maluco" ou "comigo não será assim".
Pois não. Eu fico acordada a noite inteira.