Querem ver que agora só se diz mal porque está na moda?


Para renovar o meu passe só precisei de um papel assinado e de um funcionário disposto a olhar para ele. Olhou, acenou, inseriu o meu passe num daqueles terminais normalíssimos para pagamentos com cartão, juntou-lhe um código qualquer e estava feito: em menos de um minuto era de novo o meu passe, o meu querido e desejado passe. É claro que, posto isto, fiquei esclarecida quanto à necessidade de apenas o poder fazer em duas estações de metro. Ou é Campo Grande ou é Marquês; nem mais, nem menos.

Não conheço os procedimentos internos, portanto vou  agir como se não me parecesse ridículo: pode haver uma qualquer explicação que deite o meu cantar de galo por terra abaixo. Ainda assim, não me parece correcto que eu, ou qualquer outro cliente da rede, tenha que pagar bilhetes para andar para trás e para a frente, quando o poderia bem fazer perto de casa. É que, convenhamos, se estamos a tentar tratar de um passe, é porque nos deslocamos em transportes públicos. E se tenho um terminal perto de mim, custa-me menos ir até lá, do que até ao fim do mundo.  Sobretudo, se pensarmos que temos que sair do metro (passar nos torniquetes que nos eliminam mais uma viagem com o cartão de papel ) para nos podermos dirigir aos postos de informação, já que estão sempre colocados na parte de fora. Pois que sim, que faz sentido que assim seja para todos aqueles que lá compram bilhetes - se estivessem dentro, como é que as pessoas faziam? [Vamos lá fingir que não poderiam ter sido colocadas no limiar, de forma a existir atendimento para os dois lados] Mas então essa necessidade também deverá ser válida para todas as estações que não têm absolutamente ninguém aos balcões. Se têm que ficar de fora para auxiliar quem quer entrar, porque não existe quem o faça? Numa ou noutra vemos um senhor mais simpático, responsável pela zona, a ajudar com as máquinas. Até pode ter as chaves do posto, mas não é lá que trabalha. E de que nos serve isso para quem quer discutir modalidades, preencher formulários, fazer reclamações ou renovar as porcarias dos passes? Digo-vos eu, do coração: de nada (com todo o respeito por aqueles que lá estão a fazer o seu melhor, ainda que não possa ser muito).
Bem sei que sou chata, mas não consigo evitar pensar que, com tanta senhora crise, não haja um único funcionário, na maioria dos sítios, para nos ajudar com a burocracia. E o Metro, senhores, o Metro é das organizações mais burocráticas e complicadas que por aí anda. Basta que experimentem por lá pôr os pés todos os dias, durante uma ou duas semanas, e logo enchem uma mão de pedidos de auxílio (estrangeiros, não-utilizadores, idosos....). É tudo muito confuso, muito pouco explicado e muito chato, ainda mais do que eu.
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