Hoje refazia tudo. Para começar, tinha optado por ficar na cama o dia inteiro. Nada de banhos e lavagens de dentes, nada de escolhas de roupas ou corridas para o metro e do metro para o trabalho. Nada de nada, eu e a almofada apenas. É que vai-se a ver e uma pessoa perde anos de vida em menos de 24 horas. E eu ainda nem estou para aqui a falar dos enjoos com que saio das carruagens da linha amarela por ir esmagada contra a porta, entre suores e outros odores, a maior parte do tempo. Eu, que atravesso praticamente todas as estações. Há dias em que refazia tudo ao optar simplesmente por não fazer nada. Hoje seria um deles.
E este tempo? Vá-se lá perceber.