Tom Sturridge
É demasiado difícil aceitar o que é fácil.
Porque é mais fácil sair para a rua de pijama do que de calças e camisa. Todavia, muito menos convencional. Porque é mais fácil não ter horários e fazer malabarismo de rua, do que ser certo, seguro e igual. E é, decididament, mais fácil, sentir de verdade, com toda plenitude, do que teimar em controlar o sonho e em dar rédea curta à esperança. Saber que existem, e que existem dentro de nós, raramente significa libertá-los. Porque quem vive assim é maluco, tem um problema, precisa de ser vigiado. Fala para o lado, com os pais que morreram, e procura, procura por um amor que lhe comanda a vida, sem que o contrário se passe. Mas vive, sente e faz. Ama, como ninguém mais é capaz. E deixa-nos com os olhos em lágrimas, porque percebemos que nem sempre nos lembramos da facilidade característica das melhores coisas da vida.
Não é uma história de amor, desengane-se quem vai pelo coração do cartaz. Ou, por outra, não é uma história de convencionalismos amorosos, mas de sentimentos, daqueles que o espectador também consegue sentir. Faltam as carochinhas, sem que se lhes sinta a ausência, as passagens cómicas e os desfiles semi-nus. Não parece filme deste tempo. Mas é. E é extraordinário.
** Custa-me ver a Rachel Bilson e não lembrar a adolescente de Orange County, mas desta vez foi diferente, provavelmente porque ofuscada pela interpretação assombrosamente cativante de Tom Sturridge.