Acabei de ser ajudada a fugir de uma sala de aula


Eu estudo por opção. Decidi que o queria fazer, comecei a juntar uns trocos e, assim que tive a certeza de poder pagar, lancei-me num Mestrado. E estou a gostar, a sério que sim. Gestão Estratégica das Relações Públicas é todo um mundo novo para quem andou os últimos anos a estudar jornalismo. Mas há coisas que nunca mudam, independentemente do que se estuda. Os professores aborrecidos e as matérias intragáveis são uma delas. Sobretudo quando não é a primeira, nem a segunda, mas a terceira vez que as ouvimos. Sem nada de novo, sem nada de mais profundo. É simplesmente o mesmo, dado de uma forma cada vez mais deprimente, até às dez e meia da noite. Costumo ficar, quanto mais não seja, por respeito a alguém que também está a abdicar do seu tempo para nos ensinar algo, e a esforçar-se por passar uma mensagem coerente e interessante, quando é muito mais sedutor ir para casa dormir. Não que o faça sempre de forma eficaz, não que sejamos sequer um público fácil, mas há uma tentativa que se percebe vir de alguém que já muito sabe. Por isso, esquecemos as repetições, o cariz demasiado teórico e a vontade de saltar pela janela.

É claro que nem sempre é assim. Às vezes, também faço coisas de que não me orgulho.

Hoje fugi da sala de aula, incentivada pelos meus colegas que declaravam "é agora, vai agora! rápido, sobe as escadas". Os mesmos que me explicaram como poderia sair pelas escadas do lado contrário, e voltar a descer para entrar no elevador, sem ter que me cruzar com o professor. E eu acho que ele me viu. Aliás, sei que sim: vinha na ponta oposta do corredor, e dirigia-se a passos largos para a sala quando eu saí disparada lá de dentro. Isto, claro, depois de ter pedido a alguém para espreitar: nada suspeito, diga-se. Mas só me apanhou de costas e nem me parece ser uma pessoa com grande memória. O importante é que poucos minutos depois eu estava no carro, a gritar vitória e a dirigir-me para casa com um sorriso nos lábios, como se tivesse acabado de vencer uma prova olímpica.

Sim, eu sei, sou uma infantil.
É favor não repetir os mesmos comportamentos. A gerência agradece o bom-senso.
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