L´amour

Em dia de coisas fofinhas e filmes-cliché, ficam as dicas:

                                                                     No Strings Attached

Ri-se. Dá-se umas valentes gargalhadas. Natalie Portman a vingar num registo diferente. Ashton Kutcher em mais do mesmo - para quê mudar, se é assim que gostamos de ti? É a história da carochinha, da menina que não acredita no amor, mas que acaba seduzida. Não é preciso ser um grande génio para perceber. Mas vê-se bem, sai-se bem-disposto e não se dá por desperdiçada a última hora e meia da nossa vida. É comédia romântica, sim. Porque tem isso que ser depreciativo? Diálogos bem estruturados, interessantes e, sem dúvida, muito engraçados. Só não me deixei convencer pelo fim, demasiado óbvio, demasiado forçado e quase colado a um filme que de piegas tinha pouco. (Contém spoilers) - É que, quando ela finalmente se declara, já de uma forma muito óbvia e claramente lamecha, e ele fica quieto, calado e pensativo, pensamos vir daí uma fala com um toque de ironia. Ou um soco, retribuindo a sua reacção quando foi ele a proclamar o amor. Mas não. Nada disso. Ouvimos um "espera! tenho que te avisar que se deres mais um passo eu nunca mais te vou deixar ir". Não será exactamente assim, mas a ideia é essa. Forçado até mais não. Tão habitual nas longas metragens do tipo que achamos que ninguém mais se vai lembrar de repetir, ou pelo menos ter coragem de o fazer. Mas têm. E é uma pena.
Lembro, ainda, a maravilhosa tradução do título original para "Sexo sem Compromisso".

                                                                                                             Love and Other Drugs

Diferente e nem tão diferente assim. É ela que não quer, não pode, não vai envolver-se. É ele que tenta, luta e consegue. Todavia, com doenças à mistura e laboratórios farmacêuticos pelo meio. E há coisas que, por muito que achemos serem exageradas, são tudo menos fantasia. O bom dos filmes é fazer-nos acreditar que acabam no ecrã. Nem sempre é assim. Não é uma abordagem ao mundo médico ao estilo de "Fiel Jardineiro", não se expõem bodes expiatórios, nem se desmascaram ensaios clínicos fatais, mas temos uma dose light, bem-humorada e mais realista do que à partida se poderia pensar, de toda esta indústria. E o fim está enquadrado em todo o filme, ao contrário do anterior.

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