Gostar: do lat. gustáre, «tomar o gosto a»

                                                                          The Notebook, 2004

Não gosto todos os dias dele. Não acho humanamente possível fazê-lo; gostar sempre de alguém, todos os dias e da mesma forma. E a história é a mesma para o comentário do "agora zangaram-se, mas gostam muito um do outro". Não gostamos. Quando grito com alguém, quando fico tão fula que não quero mais falar e me fecho em sete copas; quando choro, quando berro, quando sofro e quando só me apetece atirar tudo ao chão, não gosto. Desgosto, muito. Não discuto porque gosto dele, discuto porque ele é importante. E quem diz ele, diz ela, a mãe, o pai, o irmão ou o periquito. Não nos zangamos porque gostamos, zangamo-nos porque nos importam. De resto, sim, ignoramos, não queremos saber, estamos fartos e passa-nos ao lado. E isso não é mau porque deixámos de gostar - deixamos de gostar muitas vezes - é mau porque deixámos de nos importar e, quando isso acontece, o gostar já não volta.

Gostar não é fácil, linear ou pacífico. Mas sei que gosto dele, dela, do pai, da mãe, do irmão e do periquito, porque vou gostando muitas vezes, de várias maneiras e com diferentes intensidades. Tenho muitos bocadinhos de "gostos" na minha vida. E gosto disso. Não sempre, mas muitas vezes.
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