Teorias de meia-noite à uma da manhã

                                                                      Alexis Bledel

Uma da manhã e não há maneira de fechar os olhos. Vai ser coisa engraçada ver-me em frente a um computador daqui a umas horas. Eu, que não gosto de café e que chego às sextas-feiras como se tivesse percorrido uma maratona. Talvez ter vindo para aqui escrever não tenha sido a melhor táctica para ver se durmo. Sempre me disseram que não era boa da cabeça - ainda estou para saber o que significa; há pouca gente com crânios tão lisos e perfeitos como o meu. Daí que o meu cabelo cresça e apodreça (tenho brancos desde os dez anos, e um grosso de nascença) à velocidade da luz: o terreno é fértil. E a fertilidade é coisa que não se avalia apenas pelo pêlo que nos brota na careca. Vê-se nas ideias, nos discursos, na perspicácia e capacidade de resposta.

Tendo a desconfiar de pessoas com pouco cabelo. Das duas uma: ou houve excesso de produção e consequente colheita, ou a terra nunca foi lavrada. Já o meu, embora com jeitos que indicam teimosia crónica, tende a ser brilhante, hidratado e sem pontas espigadas que eu cá não gosto de assuntos por tratar. E se a vida me corre mal é fazer um grande corte (depois de uma ida às compras, claro) para uma outra visão do mundo.

Estou a pensar ondulá-lo. Faltam-me dias agitados e sem contornos certos.

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