Paratimpom, paratimpom

Hoje acordei entusiasmada. Primeiro dia de trabalho no ISPA e a roupa por escolher. Demorei uma eternidade a revirar as gavetas e saí de casa atrasada e a correr, como já era de esperar. O eixo norte-sul estava caótico. Puxei o travão de mão, deixei o carro em ponto morto e bebi um Corpos Danone com pedacinhos de côco. Estacionei em Lisboa, contra todas as previsões, num lugar seguro e sem parquímetro ou arrumador. Entrei no metro e 11 minutos depois lá estava eu, recém-chegada a Santa Apolónia. Perdi-me e meti-me pela rua errada. (Sim, eu já lá tinha ido antes, mas tenho mau sentido de orientação). Podia dizer que entrei no edifício ofegante, para dar um ar de esforço à coisa; mas não aconteceu. Não ia pôr-me a correr dentro do meu casaco novo, quente como só eu sei, e em cima das botas de salto-alto, para chegar descabelada e transpirada ao meu primeiro dia. Milagre dos milagres, olhei para o relógio e, no final de contas, nem 5 minutos passavam da hora. Subi as escadas até ao meu gabinete - sim, tenho um gabinete só para mim -, e bati com o nariz na porta, que estava fechada. Sentei-me no sofá da sala de espera, confortável como tudo, até a A. aparecer. Apareceu e o meu dia começou, cheio de visitas a outros gabinetes, cheio de pessoas novas, rostos simpáticos e coisas que eu gosto. Também há por lá caras emproadas e respostas secas. Mas isso é em todo o lado.

Amanhã escrevo a minha primeira notícia e experimento fazer Chi Kung.

Eu vou, eu vou, para o trabalho agora eu vou, paratimpom, paratimpom, eu vou, eu vou.
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