Não acredito nas pessoas que dizem que não se importam de dar o braço a torcer. Este Verão, enquanto estagiava, fui assistindo a algumas entrevistas de selecção de pessoal, lá na empresa. De uma forma ou de outra, com mais ou menos timidez, lá surgia a pergunta da praxe, meio disfarçada na conversa: "Ora diz-me lá três defeitos teus". Posso aqui garantir que houve uma única pessoa, numas trinta, que não mencionou a teimosia. Foi a pessoa escolhida para ficar; porque a originalidade é compensada, mesmo quando não sabemos que estamos a ser originais. Bem, mas esta é uma outra conversa, e não é para hoje.
Não me lembro de uma amiga minha que não se ache teimosa. Não tenho um amigo que não o vinque. Somos todos um bando de teimosos, e por isso, não acredito nas pessoas que dizem que não se importam de dar o braço a torcer. É claro que acho muito bonito, e nobre até, que o façamos quando sabemos que não estamos certos. Só não me queiram convencer que é fácil e agradável, especialmente quando já investimos muito na discussão (silenciosa ou não).
Gosto de ter razão. Gosto que ma dêem quando sei que a tenho. Costumo ter argumentos excelentes e um raciocínio rápido. Portanto, fica a promessa perante a blogosfera: daqui para a frente vou engolir os sapos que considerar que devo, sempre que não estiver certa. Assim, e numa daquelas ondas de filosofia de que recebemos-em-dobro-o-que-damos-ao-universo, espero que todos os outros com que for discutindo, a partir de hoje, engulam as baleias quando eu tiver razão.
E tenho dito.
