Hábitos de ausência

De repente, o tempo todo desapareceu. É segunda-feira e eu sinto-me como se fosse sexta de daqui a duas semanas, sem ter tido intervalo pelo meio. Os sábados e domingos passam cada vez mais rápido, e o início da semana acontece em slow motion. O dia dá - tem de dar - para tudo, e a hora de recolha chega arrastada pelo suplício do fim de tarde, já escuro, que não quer terminar, mas também já não serve para nada. Hoje, andei em luta com o relógio. A bem dizer, tem sido sempre assim nos últimos tempos. Focada nas horas, nos minutos e a tentar trabalhar mais rápido do que julgava ser capaz. O teclado funciona a uma velocidade que envergonha a caneta. Os documentos sucedem-se. Reuniões. Dores de cabeça que não passam. Saio do trabalho, mas o trabalho vem comigo para casa. Chego e vou dormir, como quem não quer a coisa. Acordar, jantar e voltar ao computador. Os horários estão invertidos. As redes sociais ficam para trás. Não me sinto muito social ultimamente. De repente, sinto que todo o tempo desapareceu e já não sei onde o ir buscar.

O bom da coisa é que a carteira nem tem oportunidade de sair da mala.
Nem sequer me valem os deslizes online.
Imaginem...não haver minutos do dia para visitar o site da Zara!

Estou tão cansada e tão distante que a situação só se compôs depois de um beneuron 400 e uma sopinha bem quente. Ainda por cima, cheguei a casa e o meu lugar no sofá estava ocupado. Demorei quase duas horas a recuperá-lo.
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