Pai, mãe, porque me fizeram sem gostar de café?

Decididamente, não sou a pessoa com mais sorte do mundo. 
Ontem lá decidi que iria dormir a noite toda, custasse o que custasse. É certo que cheguei a casa, passava  já da hora da Cinderela. Mas portei-me bem e fui direitinha para o sofá. Pensei "para quê perder tempo a ir até ao quarto? Prioridade ao sono!". E por ali fiquei. Até às 4 da manhã, pois está claro, quando fui acordada, não por insónias, mas por um bando de melgas raivosas que me atacavam como nunca havia sido. E quando eu me refiro a ataque, quero dizer que fui picada em dois indicadores, um mindinho, no peito de um pé, junto ao tornozelo no outro, num cotovelo e num pulso, várias vezes nas pernas e ao fim das costas. Aguentei uma hora disto, até ter decidido mudar de divisão. Na cama, a saga continuou. Não percebi bem se as melgas me seguiram, ou se a comichão agudizou. Seja como for, até às seis e meia da manhã foi uma festa. Até que decidi, por fim, acender as luzes, voltar a arrastar-me e procurar um creme de menta. Besuntei-me toda, à falta de melhor, e depois cobri todos os pedaços de mim que ainda respiravam: robe por cima do pijama para tapar os braços, e meias por cima das calças, para nem haver ideias. Lá dormi quarenta minutos, até o despertador tocar. Desliguei-o e, heresia das heresias, voltei a fechar os olhos. Acordei meia hora depois, completamente aflita, a sonhar que tinha ido tomar banho e que tinha decidido fazer da banheira cama...até à hora do jantar! 
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