Temo pela chegada deste dia. E já falta tão pouco...

Depois de ter visto o meu ordenado sem o subsídio de alimentação e com o roubo a que o Estado chama taxa de IRS e mais a merda acabou-se a boa vontade. Já não vou reciclar, nem deixar passar ninguém nas passadeiras, vou atirar lixo para o chão, cuspir, dar pontapés nos velhos, insultar emélicos, dar com os carrinhos nos tornozelos de quem se atravessar à minha frente, deixar cair garrafas de azeite no Pingo Doce e conduzir à puto chunga numa espécie de vendetta contra o país. É isso ou incendiar edifícios do estado.

Roubado descaradamente d'O Blog do Desassossego. 

Tenho visto tantas, mas tantas manifestações semelhantes a esta, face ao primeiro recibo de ordenado de 2013, que ainda não percebi se só não fui gritar para a janela por pudor ou se estou, 'simplesmente', anestesiada. Que é como quem diz, em modo vegetal. Assim, estilo múmia. É mais isso, pois. Infelizmente. Porque quem me tira o pio, tira-me tudo. E, neste momento, nem vontade para cocorococós. Isto passa, que de apatia o país precisa pouco. E eu também. Mas, até lá, deixem-me estar só mais uns dias no meu casulo de ignorância. A felicidade verdadeira vem quase sempre do que ainda não sabemos.