Choraminguices

Hoje é mesmo daqueles dias em que só apetece estar na cama. Tenho tantos cobertores que mal me consigo mexer, durante a noite, com o seu peso. E é maravilhoso. Sinto-me quente até mais não. Depois tenho, necessariamente, que acordar e arrastar-me da cama até à banheira, sair com o cabelo molhado porque já estou atrasada para secar e vir no carro com o ar quente no máximo, que é bom para as constipações, bem sei, mas é também a única coisa que me aquece o coração de manhã. Ainda assim, chego à secretária e sento-me em frente ao computador completamente desolada, porque agora nada mais poderá ser feito para me manter na bolha de calor que desenho desde a noite passada - não a um nível tão extremo (e agradável) entenda-se. Como se não bastasse, a senhora da limpeza passa a vida a deitar-me as garrafas de água fora. Portanto, se me quero hidratar antes de morrer à sede, tenho que sair da sala onde o ar está relativamente suportável para os compartimentos mais frios, e passar o dia a encher copos. É isso e esquecer-me constantemente de voltar a trazer a caneca para o chá. Levei-a para lavar como deve de ser e em casa ficou. Resta-me tilintar, esfregar as mãos e sonhar com botijas de água. E não, não estou num congelador, mas não venho trabalhar de pijama polar, nem de robe (que é como durmo). O que é, verdadeiramente, uma chatice.

Dói-me a cabeça e quero uma mantinha. 
Quão bebé pode ser uma pessoa a caminho dos 25?
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