Não só não sei o que vestir, como deixo de saber o que comer. Estou aqui a olhar para o relógio como o Sylvester olha para o Tweety, enquanto a barriga grita de fome. Mesmo assim, não consigo decidir-me. Não me apetece nada. Queria algo quente, confortável e não muito enjoativo, que se pudesse comprar aqui ao pé e trazer para o trabalho. Mas só há saladas (está frio gente), as sopas e as empadilhas do Celeiro - que tenho comido todos os dias (não estou a exagerar), todos os dias ao almoço, desde que vim de férias a meio de agosto - e a típica oferta de fast food. Queria algo assim mais para a canjinha, febras ou mesmo ovos escalfados com ervilhas. Em vez disso há soufflé de nomes elaborados com amostras de farinheira e qualquer outra coisa igualmente minúscula para que possa ser chamado de gourmet. Estou de gostos simples hoje, tão simples que só complicam. Ou porque os restaurantes à volta até podem ter solução mas não gosto do barulho, do sal a mais e do serviço, ou porque nada realmente me deslumbra na oferta, sobrando os sítios do costume, aqueles lá de cima, no texto. Às tantas lá se vai a hora de almoço e eu sem saber o que me apetece...