Quanto mais ouço, mais conheço e mais falo, mais me apercebo que só sei o que dizer porque já vivi, já testemunhei ou já passei. Porque também choro, também sofro e também me sinto magoada. E talvez seja essa a fórmula perfeita para compreender uma relação: saber que todas elas lidam, diariamente, com as suas imperfeições. Há pouco comentava com uma amiga que não se é racional quando se gosta, mas que é necessária uma dose de racionalidade para se ser feliz. É que nem sempre chega gostar. Aliás, quase nunca. Há todo um universo de outros sentimentos e demonstrações de respeito e afecto que têm de se fazer mostrar. E o limite entre o que é aceitável, ou o que se deve ou não aceitar porque se gosta, está precisamente no ponto de equilíbrio entre esses dois mundos.