Da queda do Governo #1 - Palavras de outros textos
Por
aqui,
escrevi assim:
Gosto pouco de modas que não nascem em passerelle. Como a moda do não-gosto, que até poderia ser a moda do eu-sei-fazer-melhor, mas não é. E não sendo, sendo apenas a do não-gosto/ não-gosto-do-Sócrates, faz-me comichão.
Salva rara excepção, pensar em três coisas que não se gosta no senhor envolve palavras como "palhaço", "maluco" ou "ladrão" (sinónimos também são válidos). E há palavras que dizem muito, dizem que sabem, como se tivessem vida própria. Não é o caso destas, estas são da moda do descontente que nada faz para mudar a sua vida, quanto mais um país. É por isso que é preciso ter estômago para as ouvir, digerir e aguentar como se nada fosse, e por muito mais tempo do que qualquer outra pessoa julgaria humanamente possível.
A crítica faz parte de nós, não morre com a mudança de situação, porque a mudança não mata motivo. O que vai morrendo, lentamente e de forma agonizante para quem se apercebe e assiste, é o trabalho que dá pensar sozinho, a vontade de se informar e a voz que não segue uma corrente, só porque sim.
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