From Gossip Girl
O tempo passa e tudo fica realmente igual. Hoje estava com a prima, com o irmão e com as queixas próprias daquelas idades, com a vida desgraçada de quem anda num liceu e com todos os problemas que a adolescência acarreta. Falavam dos grupinhos, das miúdas que acham que têm o rei na barriga e que sem motivo nenhum podem pisar os outros, dos estúpidos, dos que não têm personalidade, dos que desviam toda uma turma e dos que dizem mal, só porque sim. Eu ouvi-os, interrompi-os e falei-lhes como quem sabe do que falam, como quem já viu ou já passou por algo do tipo. E enquanto ouvia, interrompia e falava vi que nem tudo estava tão diferente assim, passados dez anos.
Os locais de trabalho são liceus em ponto grande. Não porque aja mais gente, mas porque somos todos uma mesma turma, sob as orientações de um mesmo professor, trabalhando sob a mesma matéria e discutindo sempre que não concordamos. Há os que são amigos, os que são colegas e os que nada são, porque passam ao lado. Há-os mais populares, ou tão tímidos que por muito que entrem e saiam todos os dias à mesma hora, ninguém percebe bem se são introvertidos ou psicopatas. Há os estranhos, os das roupas esquisitas, os que não se preocupam com a roupa. Os que falam mal de todos, e esquecem-se que todos esses falam entre si. Há os casalinhos. Os que comentam os casalinhos. Os que querem fazer casalinhos. Os ajuizados e os certinhos, os braços direitos do professor. Depois há as que ele escolhe, que ninguém percebe bem porquê, ou percebe bem demais, quando têm uma carinha bonita. Há de tudo isso um pouco e, como em todo o lado, há-os mais a não quer ir às aulas do que a preferir a escola.
Eu só não percebo onde andam os intervalos. Check para os testes e trabalhos de casa. Mas e os intervalos? E as férias grandes?
