Somos felizes quanto baste


Ser feliz dá tanto trabalho que podemos passar uma vida inteira a tentar alcançá-lo, e nem assim consegui-lo. Momentos são coisa efémera, coisa que passa e não fica, ainda que possa voltar. Momentos não são uma vida. No entanto, podem defini-la pela sua quantidade e, sobretudo, pela sua qualidade. E tudo o que temos é isso: um momento. Podemos recordá-lo e optar por divagar no passado; ou desejá-lo, sonhando com o futuro, e sempre que o fizermos estamos a vivê-lo. É disso que nos esquecemos. Ficamos presos numa rotina, ou no facto de não a ter. Deixamos o dia passar, porque amanhã vem outro; agarrados à certeza mais incerta de que há mais, à certeza que nos garante uma continuidade da vida que temos levado até agora, e que não traz a necessidade de mudar. Há tempo.

Ser feliz dá tanto trabalho que pode, na verdade, não passar de um mito. Relações, carreira profissional, filhos, família, auto-realização, realizações de sonhos, dinheiro para o conseguir...Quem é que é feliz a cem por cento? Isso existe? Ou reside a felicidade precisamente no facto de não ser eterna? Somos felizes quanto baste e isto basta para que sejamos as pessoas mais sortudas do mundo. Se já adormecemos felizes, se já acordámos assim; se já nos sentimos imbatíveis, queridos, importantes e bem sucedidos, somos feliz quanto baste e essa pode ser a melhor coisa que já nos aconteceu.

E é, por isso, coisa para querermos repetir.
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