Em primeiro lugar, tenho a dizer-vos que são todos bem melhores do que eu na árdua tarefa de cruzar os dedos e torcer por mim. Assim que assumi o cargo foi um piscar de olhos até assistir a um desmoronar lento e cruel de qualquer possibilidade que ambicionasse. Cheguei às meias-finais do processo de recrutamento de uma multinacional. Fiquei foi por aí.
Esta sexta-feira vai trazer cheiro de fim de estágio consigo e, independentemente de ser ou não possível, tenho que decidir se o quero prolongar ou bater asas para outra freguesia. A verdade é que face a uma hipótese que me oferece alguma segurança financeira durante 12 meses ainda há dúvidas porque este, sem qualquer desprimor para a instituição, não é, nem nunca foi, o meu emprego de sonho. Há muita coisa em jogo, repleta de "ses" que trazem melhores oportunidades ou, por outra, de esperança em oportunidades que poderão não vir. E tudo acaba por se resumir ao mesmo: dinheiro ou paixão? Nenhuma e as duas, na minha opinião. Num mundo ideal, coexistem; e ainda sou daquelas pessoas que acredita profundamente que irá encontrar o seu espaço nesse mundo. Mas para já, ou depois? Ganhar agora e sonhar mais tarde, ganhar mais tarde e sonhar agora?
Sei que me irei a arrepender caso queira e caso não. Sei que me vai custar que daqui a um mês apareça algo melhor e eu esteja presa num estágio profissional que me obriga a um ano sem interrupções ou desistências, com a certeza de que caso aconteçam, lhe perca o direito. Sei que me vou recriminar se nada vier e eu muito tiver recusado. E com tudo isto, e tanta coisa que já sei, nada é sabido, nem sequer o que fazer...