
Estas coisas de relações, ou aspirações às mesmas, custam. Mais que isso, dão-nos nós na cabeça de tanta complicação. Mas no fim, quase sempre, são tão simples que até irritam. É tão fácil ser feliz que enjoa. Porque estamos convencidos do contrário, e quando não estamos, alguém se encarrega de nos dizer que não é bem assim, e que por acreditarmos somos ingénuos.
Eu acredito em princípios (e finais?) cor-de-rosa. Gosto de coisas românticas e depois? Elas andam por aí. A questão é: quantas vezes estamos dispostos a descobri-las? Tudo o que vale a pena dá trabalho, quanto mais não seja, o de abrir os olhos para o mundo à nossa volta e deixarmo-nos levar. Tão pateticamente básico quanto isso.
Não há nada que saiba tão bem como estarmos apaixonados. Não há nada tão delicioso como sentir borboletas na barriga e o coração a querer sair do peito só por ver alguém, o alguém. Não há saudade tão reconfortante como aquela que sentimos quando o alguém nos deixa à noite, para voltar na manhã seguinte. São coisas boas e devem (têm de) ser valorizadas. Porque se perdemos todo o tempo de um novo amor a pensar em como ele é difícil, o que nos resta dele, quando acaba, se não mágoa?
Há que disfrutar dos momentos para que se tornem boas recordações. O pior erro que podemos fazer é transformar as borboletas do estômago em bichos que nos roem e corroem por dentro. Vamos deixar que a vida corra e que traga com ela coisas leves e apetitosas. Porque ela traz, acreditem, sempre. Mesmo quando já não acreditamos, mesmo quando achamos que não é possível.