Medo em tempos de loucos

                                                                                                                                                                          Scarlett Johansson

Quando descobrimos que alguém, que nunca vimos, com quem nunca falámos e que não fazemos a mais pequena ideia de quem possa ser, nos vê todos os dias, ou várias vezes. Porque nos deixa um post-it amarelo no espelho do carro, nos chama de "fofa" e se auto-intitula de nosso "admirador". É um susto. Como vos digo, medo em tempos de loucos. E eles andam por aí.

Temo pela chegada deste dia. E já falta tão pouco...


Roubado descaradamente d'O Blog do Desassossego

Tenho visto tantas, mas tantas manifestações semelhantes a esta, face ao primeiro recibo de ordenado de 2013, que ainda não percebi se só não fui gritar para a janela por pudor ou se estou, 'simplesmente', anestesiada. Que é como quem diz, em modo vegetal. Assim, estilo múmia. É mais isso, pois. Infelizmente. Porque quem me tira o pio, tira-me tudo. E, neste momento, nem vontade para cocorococós. Isto passa, que de apatia o país precisa pouco. E eu também. Mas, até lá, deixem-me estar só mais uns dias no meu casulo de ignorância. A felicidade verdadeira vem quase sempre do que ainda não sabemos. 

Parcerias


Vantagens de uma avença mensal com o arrumador:
Ele - Onde é que vais?
Eu - Então, os outros condutores estão a fazer sinal de que já não há lugares vagos.
Ele - E os outros condutores pagam 10 euros por mês, como tu?

Mixed feelings

                                                                                                                                                                      Lance Armstrong

Por um lado, tenho uma intolerância crónica a mentirosos patológicos. Foram anos a negar, e a negá-lo de forma ofendida. Tudo muito planeado, tudo muito pensado. É uma desilusão, uma tristeza e um completo sentimento de violação de um sonho, que não era nosso, mas que todos nós acompanhámos. E depois, por outro, tal como não acredito na pena de morte, não acredito na crucificação em vida. Não fico propriamente com pena. É, antes, aquele sentimento de empatia por alguém que se convenceu de que a mentira era real. Tinha os meios e a oportunidade, e aproveitou-os. Não o faria. Pelo menos, acredito que nunca durante tanto tempo. Não seria capaz. Mas quantos de nós não cairíamos na tentação? É uma mentira. Todavia, uma mentira que lhe marcou anos de vida. É quem ele é também. O que sentiu, o que celebrou, o que respirou e o que, ano após ano, decidiu manter. Escolheu um caminho errado, muito errado. Não o quero minimizar. Mas o erro ganhou forma e a sua realidade não se tornou menos real por ser errada. É uma linha muito ténue entre tudo isto. E eu nem sequer simpatizo com a figura. Mas não posso deixar de ficar a pensar...


A tosse

Depois dos primeiros vinte minutos da noite a tentar dormir, eis que sou acordada por um ataque tão grande que se já parei um minuto entretanto foi muito. Estou naquele estado em que tossimos até querermos vomitar e em que a garganta dói mesmo quando não se tosse de tanto que está irritada. Mezinhas caseiras?

Sobre os duodécimos, as sobretaxas, o IRS...

Uma vez cheguei ao meu carro e ele não tinha matrículas. Ou, por outra, tinha uma das placas, mas sem as letras e os números. Tinha passado o dia tranquila. Fiz o que me competia, respeitei os horários e disse sempre bom dia, a toda a gente. E no fim fui roubada. A seguir, e como se não bastasse terem-me importunado o fim de tarde, e feito com que à noite ainda fosse passear à esquadra, durante bastante tempo, ainda tive que gastar dinheiro em novas placas. Porque era assim e reclamar nem pensar. Está na lei.

Desde aí - alimentada por muitas outras situações, comigo ou não, sobre tudo e mais alguma coisa - o está na lei e pronto faz-me comichão. 

A constatação

- boa noite, queria um carioca de limão, se faz favor.
- carioca não temos, só chá de limão.
- ok, pode ser.

Depois vem aquele momento em que percebemos que o carioca e o chá são exatamente iguais, a mesma água fervida com a mesma casca amarela. Mas um custa mais dois euros do que o outro, porque vem escrito no menu que é "chá". Imagino quando lhe chamarem de infusão.

Gripes

A melhor coisa que estar sem computador e ter de refazer capítulos da tese, é sentir o corpo dorido, a garganta inchada e a cabeça a explodir, estar sem computador e ter de refazer capítulos da tese.

Oh vida.

Diálogos cá de casa

-Faz aí duas pizzas que hoje ninguém quer cozinhar. Estão no frigorifico.
- Mas, pai, estas pizzas deviam estar congeladas. Não vês a caixa? Há quanto tempo isto está fora do congelador?
- Ah, não me digas que a tua mãe tinha razão!
- (mãe) eu estou a ouvir-vos!!

Depois das pizzas feitas, com o irmão:

- Até acho que estão boas, o picante/ ácido liga bem!
- P., não é suposto estas pizzas serem picantes...

Timings

Andou toda a semana a ameaçar, mas foi preciso chegar sexta-feira, e as 19 horas, para a dor de cabeça piorar, a garganta fazer doer o pescoço e a febre vir de noite. Oh vida!

O seguinte quadro

Imaginem que trabalham numa pastelaria. Agora, imaginem que entra um cliente esfomeado, um daqueles habituais, que já vai à pastelaria há uns anos. Pede-vos que lhe entreguem um menu personalizado, que defina as refeições do homem até ao final do ano. E porque já o conhecem, acha que não é suposto dizer mais nada. Mas entretanto não sabem se virou vegetariano, se tem uma intolerância a alguma coisa, se está a fazer dieta ou sequer quantas vezes vai lá comer. O menu é feito assim, meio a medo, meio à descoberta. É certo que para um ou outro lanche temos a certeza do que ele quer. Afinal, já ali comeu. Quanto ao resto, será uma questão de sorte, e de quão apetitoso for o que lhe apresentarmos. Mas de sorte, essencialmente. Afinal, só com sorte não nos queimamos a cozinhar às escuras. 

Estão a acompanhar-me até agora? Imaginaram a figura toda? Pois bem, bem-vindos à minha vida e à minha (pouca) sorte.

Coisas que me apoquentam

O meu computador ainda não ter voltado. 
Preciso de refazer algumas coisas para a tese. Quero um layout novo para aqui e o paint shop pro só com muita vontade e figas de três horas corre no netbook
Pior. Não ter qualquer indicação de quando irá voltar. Apesar de ter pago pelo seu arranjo. Apesar de estar na garantia. Mas essa é conversa para outro dia, outro em que eu esteja menos zen e em que me apeteça descarregar em alguma coisa. Neste momento, a marca está de reserva.

Um impulso fútil por dia #4

Hoje, o que realmente me apetece (mesmo sabendo que falar de futilidades, desde ontem, pode ser considerado crime), é sair daqui à hora de almoço e rumar à Blanco, que está em segundos saldos, e que não me paga para dizer isto - nem qualquer outra coisa, entenda-se -, mas tem vestidos giros, giros, giros e eu ando perdida de amores por dois ou três. É claro que, o mais provável. é nem pôr os pés fora da empresa. Primeiro, porque está frio, que é uma coisa que pouco ou nada me agrada. Depois, para não cair em tentação. Por último, mas não menos importante, Londres está apenas a duas semanas de distância. 

Foco, Marta. Foco.  

Uma solução para a Samsung

Tenho alguma dificuldade em perceber como é que se aponta o dedo tão depressa, tão lá do alto imaginário onde, pelos vistos, todos hoje julgam estar. Não é minha amiga, sequer familiar. Não privamos, nem frequentamos os mesmos círculos. Mas não consigo deixar de pensar que atrocidade cometeu a rapariga para o enxovalhamento público que se lhe seguiu. Para mim, toda a repercussão é muito pior, muito mais mesquinha e muito mais infeliz. Porque quem me dera também a mim ter dinheiro para comprar uma Chanel clássica em 2013. Talvez não propriamente tê-lo, mas tê-lo numa quantidade tão ridiculamente satisfatória que mo permitisse fazê-lo como quem compra uma banana - já que, obviamente, não seria a minha prioridade monetária. Mas são gostos, e gostos não se discutem. E a miúda não viu a mala como uma conquista. Para todos aqueles que só ouvem pela metade, ela referiu bem que a conquista seria o acto de a poder comprar. Ora, e quem é que não quer um tablet, um carro novo, um apartamento melhor, um telemóvel mais assim ou assado. Uma máquina de costura ultra avançada, seja. O que não falta são impulsos consumistas por aí. Eu própria tenho escrito sobre os mesmos. Seria assim tão diferente se fossem vocês em frente à câmara a pedirem um iphone para os anos? Pior. Muito pior: a confessarem que seria bom sinal poder comprá-lo. Estariam à vontade? Seria um vídeo inteligente e natural? Pois, talvez sim, talvez não.  Não percebo como até mais do que o conteúdo, as pessoas se apressem a comentar a forma. A gozar. A criticar. A dizer mal, por puro maldizer. A sentir-se incomodadas, porque não se reveem. Era suposto? São autores de um blogue de moda? Teria sido preferível ela falar da conjuntura política e dos seus desequilíbrios?  Talvez. Mas para que convidaria uma marca uma fashion blogger para discutir este tipo de tópicos? Pois. Err. Outra vez pois. Vou a ver e apontar o dedo deve ter passado a ser bonito, e útil. Útil de certeza. Aliás, se não tiver dado para mais, ao menos já limpou o Youtube, esse portal de vídeos apenas dignos, de um conjunto de desejos para 2013, puramente inofensivos; e deu uma grande dor de cabeça à Pêpa. Uau. Ainda bem que nos unimos por grandes e boas causas. 

É claro que a marca teria outro tipo de obrigação. Os responsáveis pela comunicação. É preciso prever, antecipar, controlar. Mudar, se necessário. Não deixar mal os protagonistas que, não sendo só bloggers, mas essencialmente pessoas, estão ali nesse papel. Ali, no mundo online em que (nesse papel) vivem. Não deixar mal a marca, numa posição em que apenas se pode defender, quando criou uma campanha para atacar. Não deixar mal o consumidor, que não se vai identificar com o que vê, porque aquele não é o seu mundo. Acredito que a Samsung não tenha previsto uma circulação tal dos seus vídeos. Ainda que o devesse - não pelos mesmos motivos, mas a procura é sempre pelo sucesso máximo. Acredito que os tenha criado para circularem essencialmente entre blogues, e para bloggers. E, se apenas assim tivesse sido, faria todo o sentido. Estariam destinados ao seu público-alvo. Mas a Internet é muito grande, e o efeito bola de neve também. Basta uma pessoa de fora não gostar. Basta uma. E é para essa uma que muitas vezes se tem que trabalhar, porque se ela aprovar, então a história será diferente. Se o vídeo chegar a quem deve chegar e não incomodar os outros, então a missão foi bem cumprida. Não foi o caso. Com muita pena minha. Não pela marca, mas por quem por ela deu a cara. 

À rival da Apple apenas desejo para 2013 uma seleção mais criteriosa de quem orienta a sua comunicação. E, se me permitir a ideia, uma nova série de vídeos, com as mesmas caras. Desta vez, com desejos de menos fila na sopa dos pobres, mais promoções nos supermercados, uma primark a cada esquina e, já agora, mais velas para casa, que não há dinheiro para a conta da luz. E que refiram a crise. Várias vezes. A crise é palavra que não pode faltar para que haja aceitação do resto do país. Porque pessoas sérias são aquelas que falam de pobrezinhos e de desgraças a toda a hora. E não venham já apedrejar-me, que estou 100% de acordo quanto a uma primark a cada esquina. Mas a mim ninguém me quis filmar. Esperem lá, nem a vocês. 

Pois. 

Este post diz respeito a isto.

A ausência de tempo é realmente tramada

                                                                                                                                                                  Dakota Fanning

Até ver, ando a portar-me bem. Ontem uma hora de cardio. Hoje, treino de força com 55 minutos de Body Pump. Bem sei que dois dias não dão o exemplo, mas são um bom presságio. E o balanço é positivo, como sempre. Que saudades que eu tinha desta vida! Tão melhor que a da escrita intensiva de uma dissertação...

Uma pessoa sente-se logo outra em 2013. Menos nerd. 

Choraminguices

Hoje é mesmo daqueles dias em que só apetece estar na cama. Tenho tantos cobertores que mal me consigo mexer, durante a noite, com o seu peso. E é maravilhoso. Sinto-me quente até mais não. Depois tenho, necessariamente, que acordar e arrastar-me da cama até à banheira, sair com o cabelo molhado porque já estou atrasada para secar e vir no carro com o ar quente no máximo, que é bom para as constipações, bem sei, mas é também a única coisa que me aquece o coração de manhã. Ainda assim, chego à secretária e sento-me em frente ao computador completamente desolada, porque agora nada mais poderá ser feito para me manter na bolha de calor que desenho desde a noite passada - não a um nível tão extremo (e agradável) entenda-se. Como se não bastasse, a senhora da limpeza passa a vida a deitar-me as garrafas de água fora. Portanto, se me quero hidratar antes de morrer à sede, tenho que sair da sala onde o ar está relativamente suportável para os compartimentos mais frios, e passar o dia a encher copos. É isso e esquecer-me constantemente de voltar a trazer a caneca para o chá. Levei-a para lavar como deve de ser e em casa ficou. Resta-me tilintar, esfregar as mãos e sonhar com botijas de água. E não, não estou num congelador, mas não venho trabalhar de pijama polar, nem de robe (que é como durmo). O que é, verdadeiramente, uma chatice.

Dói-me a cabeça e quero uma mantinha. 
Quão bebé pode ser uma pessoa a caminho dos 25?

Um impulso fútil por dia #3

Ontem até pensei em algo absolutamente estapafúrdio para comprar, mas a verdade é que, primeiro estava a trabalhar, depois no ginásio, e à noite demasiado cansada para fazer outra coisa que não dormir. A modos que não passei por aqui. É uma pena. Assim sendo, e para não fugir já às resoluções de início do ano, volto para me redimir e deixar por este canto provavelmente uma das melhores invenções da humanidade: o shake n' take. Basicamente, é uma maquineta que nos permite fazer o sumo ou batido e beber diretamente do recipiente, que ainda por cima tem uma espécie de palhinha incorporada, para tornar tudo ainda menos higiénico (sim, que limpar essas zonas, entupidas com fruta, não é pêra doce). Talvez tenha sido esse o meu factor de desmotivação. Menos mal. Menos 30 euros. A verdade é que ainda hoje usei a trituradora para um sumo de ananás com hortelã, que preferi mil vezes beber num copo normal, e não deu trabalho nenhum. Mas depois os anúncios são tão coloridos e tão divertidos que uma pessoa hesita, e pensa como a sua vida poderia ser um reclame cheio de sorrisos, no ginásio, na rua, no trabalho e mesmo em casa (para que é que alguém usaria algo assim em casa?) pelo menos por breves segundos...


O demónio das segundas

Por hoje estou tonta e de pálpebras pesadas em frente ao computador. Há dias em que me apetecia ser caçadora de borboletas, só para ir lá para fora.

Já cá volto com a coisa do produto parvo.

Um impulso fútil por dia #2


So far, so good. Dois dias, dois posts.
E o impulso do dia de hoje é, para não fugir ao tema da culinária, um conjunto de três facas do Jamie Oliver.  Em primeiro lugar, porque o site da Groupon está a chamar a atenção para um desconto de 60% na sua aquisição; em segundo, porque a maior é de um cor-de-rosa muito giro e, em terceiro, porque são do mais fofinho cozinheiro da televisão. Ajuda não ter boas facas em casa e uma coisa destas apresentar-se, por isso, com contornos muito credíveis de necessidade. É claro que levariam quase dois meses até me chegar a casa, como de costume nestes sites de descontos, e quando chegassem já eu me teria esquecido da sua encomenda. Contas feitas, se posso passar tanto tempo à espera é porque não me fazem falta. Morre impulso. 

Quase, quase de roteiro traçado

De hoje a três semanas estou em Londres. E nem preciso ser duquesa.
Não que me importasse, obviamente.

Kate Middleton

Compradora virtual júnior (since 2011)

Pelamordedeus, quando é que a Primark lança uma loja online? Ir até lá é sempre tão cansativo.

Um impulso fútil por dia

E ao terceiro nascer do sol, depois da primeira noite bem dormida, a ideia caiu sobre mim. Creio que nem que fosse muito, muito, muito, muito, muito rica, compraria uma coisa parva todos os dias, só porque sim. Pronto, talvez se fosse muito, muito, muito, muito, muito, muito rica. Mas conhecem aquelas frações de segundo em que olhamos para uma coisa e pensamos Uau, a minha vida com isto seria espetacular; e na realidade, por quase sempre ser algo absolutamente inútil, a única coisa espetacular seria a rapidez com que o saldo do cartão diminuiria  Pois bem, acho que esses momentos devem ser preservados, quanto mais não seja, para que chegue a 2014 e veja a quantidade de coisas parvas que eu já quis. Ou para que ajude alguém, no momento de presentear de forma original. Não lhe vou chamar de rubrica, porque acredito piamente que só por milagre isto se mantém durante algum tempo. Mas para já, por hoje, existe.

O impulso fútil desta quinta-feira é uma máquina de muffins. Eu vejo-a assim, azul e cor-de-rosinha, e só me apetece ir comprar sacos de pasteleiro para passar o fim de semana a decorar cupcakes. Depois volto à minha secretária e recordo-me que nem sequer sou grande apreciadora de mini-bolos. Ou que, muito menos, estou disposta a dar mais de 50 euros pela traquitana. Assim sendo, fica apenas registada por aqui, que da minha cabeça já (quase) se evaporou.

Ora então, 2013

Este ano não houve texto com sugestão de prendas, posts sobre a consoada, um feliz natal ou desejos de boas entradas. Dezembro passou a correr e com tanta coisa ao mesmo tempo que chamar-lhe de "mês" parece piada. Não vou dizer que não houve tempo. É claro que houve. Mas eu estive demasiado ocupada a vivê-lo, a dormitar sobre as horas ou a devorar os livros que vinha a acumular desde o verão. Dezembro incluiu passagem de ano a bordo, com fogo de artifício duplo, boa companhia e muita música. Um olá às Astúrias, com os irmãos, natal - que é sempre, e que eu sempre gosto -, e os dramas próprios (já não da idade, mas da cabeça - da minha e da de outros, ranhosas e peculiares). Dezembro foi um autêntico misto de emoções, com dias maus, os piores, e dias bons, para equilibrar a coisa. Dezembro acabou, e com ele 2012, o maldito, e ainda bem. Foi tarde, mas a tempo. Vamos sempre a tempo.

As passas ficaram por comer, que eu não gosto. E a cueca azul esquecida, no meio das preparações para a ceia. Tal como no ano passado, assim como nos anteriores. Foi-se a sorte que vem de fora, paciência. Entregue a mim, em 2013, sou o melhor talismã que me poderia ter reservado. Porque não acredito na conversa da crise, embora a veja, sinta e cheire; ou porque já me cansa o pessimismo, que não é meu, e nunca foi. Durante o que passou, viajei mais, investi mais, cresci mais, trabalhei como nunca e tornei-me numa maior profissional. Porque independentemente das burocracias, escrevi uma tese pelas madrugadas de 2012; defendi ideias e ideais, implementei-as e vi-as resultar, enquanto os dias passavam; e deixei que todos os pedaços de mim se fossem colando e regenerando, pelos intervalos. E se assim foi, no pior dos piores - apenas porque vi encher de más notícias e sofrimento os meus e os de todos aqueles que me rodeiam (como é que é possível?) - que razão tenho eu para desacreditar 2013? Pois, nenhuma.

Para já, o coração salta de cada vez que planeio mais uma escapadela. Londres revisitada, que à primeira foi com os pais, mais nova e com pouco juízo. O avião parte a 25, um mês e um dia depois da última passagem pelo aeroporto; mais de três meses a contar da data de reserva da viagem, para apanhar os melhores preços, as melhores opções. Porque o dinheiro, como tudo um pouco na nossa vida, passa muito por uma questão de organização. E com disciplina, e muita vontade (essencialmente muita, muita vontade), só não conseguimos o que não queremos. E eu, em 2013 quero ainda passar por Paris, que me traz saudades apenas à pronuncia do seu nome. Defender a minha dissertação (finalmente), inscrever-me em um ou dois cursos de curta duração, que sinto como picadas no coração, de cada vez que surgem e, mais uma vez, não é o momento certo para os frequentar. Rodopiar por alguns workshops de escrita. Ler mais. Ok, ler ainda mais. Escrever pelo menos igual.  Aqui, mas não só. Poupar mais. Ok, poupar ainda mais. Arrendar casa a partir de junho. E cuidar de mim. Cuidar muito mais de mim porque, qual L'Oréal, eu mereço. De resto é o costume, com mais força ainda: muita, muita saúde. Venha ela, que a partir daí, é apenas connosco.

Falando em 2013, este é um texto cheio de "mais". Parece-me bem.
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