E se estivessem por lá crianças?


Não que bater num adulto não seja igualmente grave, mas que pensem os defensores do "trabalho" da PSP (que não é fácil, bem sabemos), e da desculpa do "ela-é-que-se-pôs-a-jeito", que nenhum deles via já cores, idades, tamanhos, profissões, cidadãos ou manifestantes. Se fosse uma criança...se fosse uma criança estaria no chão também.

"Nas esplanadas do Chiado estavam várias pessoas que nem sequer estavam na manifestação, mas o que as imagens mostram é que a carga policial acabou por ir sobre elas também. Depois de ter sido agredida – momento que lhe valeu várias nódoas negras no pescoço e um joelho e cotovelos feridos – Patrícia Melo Moreira recorda a “cara de pânico” das pessoas que se encontravam no local. “Havia pessoas dentro da [cafetaria A] Brasileira, que fecharam a porta com medo do que estava a passar”."

A PSP diz que está a averiguar o que se passou...e que lamenta que terceiros tenham sido feridos. Pois bem, e novamente, foram dois jornalistas, mas não foi só com eles. Houve muito mais indisciplinados a "porem-se a jeito". Parvos!

Foi com dois jornalistas. Mas não foi só com eles.


Também:

E no fim:

Mãe, o que é um orgasmo?


Hoje, na Rádio Comercial, a propósito da divulgação de um estudo que revelava que as mulheres têm orgasmos  nos ginásios, ao fazer determinados exercícios, como abdominais (hain?!), a locutora sugeriu a todos os pais que estivessem a ouvir o programa da manhã com os filhos que lhes explicassem que um orgasmo é um vaso de plantas. Ouvi, ri-me e depois lembrei-me deste estudo. É que às vezes, a maioria das vezes, ninguém parece saber bem o que responder aos mais pequeninos. Há alguém disposto a facilitar essa tarefa, resta saber se o ajudamos a ajudar-nos. 

Há lá melhor dia para reclamar que o de Greve Geral!

                                                                                                                Amanda Seyfried

Nunca fui a problemática. Costumo ser a easy going, a maria vai com as outras que reclama em casa, mas que não quer problemas na rua. Detesto escândalos, reclamações e perder tempo e energia com situações que, geralmente, são provocadas por um sistema de gestão ineficiente e incompleto. Por muito que grite, esperneie e receba um cheque que me dá razão, a história não muda e repete-se com terceiros que nem sempre gritam, esperneiam ou recebem um cheque, porque não estão para se chatear. E está bem que somos uma sociedade livre e democrática, que temos que defender os nossos direitos, porque ninguém o fará por nós, e que o "deixar andar" é do piorio. Às vezes, todavia, e só às vezes, não há, de todo, disponibilidade mental para tentar estabelecer um discurso coerente com quem não o quer ouvir. Por outro lado, tento sempre colocar-me no lado de lá, no lado de quem dá a cara e onde eu, por diversas ocasiões, já estive: quase nunca têm nada a ver com os nossos problemas; são apenas pessoas, como nós, com a particularidade de serem pagas para os ouvir e resolver. E o “são pagas” nem sempre é critério suficiente, quanto mais não seja pelas quantias que recebem, para eu ter coragem de lhes moer a cabeça como se não houvesse amanhã. É por isso que, quando sou eu a problemática, quando deixo de ser a easy going, sei que há realmente qualquer coisa que não está a bater certo e que, por muito que me chateie mais reclamar do que a quem ouve, vou ter de o fazer.

Estou inscrita num novo ginásio desde a sua abertura. Adoro o espaço, sou fã do conceito e não encontrei ainda um professor, PT ou auxiliar com que não simpatizasse. Recomendo o ginásio a toda a gente e já o impingi a um conjunto de amigos. A minha irmã foi arrastada e, desde então, as nossas conversas em casa são de perfeitas anormais: “Hoje fiz a passadeira a 12” ou “Já consigo na máquina 20, com a carga 15, uma repetição de 30”. O meu único desgosto é não poder ir lá mais vezes (ei-la, a tese, presença assídua deste blogue). Ou seria, não fossem os e-mails trocados com o apoio ao cliente. E bem sei que eles não têm culpa nenhuma e que eu sou uma chata, mas acabo sempre mais frustrada no fim da conversa do que quando comecei.

Então é assim: pago €6.60 por semana. É o que diz no site, plataforma, por excelência, de divulgação da marca. Mas o pagamento não é feito à semana, é feito à quinzena, havendo uma alusão a pagamentos que se supõem ocorrer duas vezes por mês, no valor de €13.20 cada. Não temos outra forma de os fazer se não aceitando o débito direto, e temos simplesmente que o conceder, duas vezes por mês, porque não podemos pagar uma mensalidade, como é habitual. Para quem, como eu, faz as contas à vida e organiza a contabilidade ao pormenor, a cada dia 1, é ligeiramente enervante ficar com dinheiro no saldo que sei que já não me pertence. E eis aqui o Santo Graal: o que na realidade acontece, com estes pagamentos de 14 em 14 dias, como mo indicaram numa troca de e-mails, é que acabamos por ter uma despesa superior àquela que teríamos caso o pudéssemos fazer apenas no fim/início de cada mês. Isto porque, claro, há meses com mais semanas do que outros (mais com 5 semanas do que aqueles que têm 4), o que faz com que tenhamos 3 pagamentos por mês, e não os 2 em que, ingenuamente, se pensa. E tudo isto é legítimo, legal e lógico, só não é correto (quanto a esta parte, sabemos já, raramente há algo a fazer). Mas vejamos, na realidade, acabamos por pagar 3 vezes os €13.20 por mês, correspondendo o valor semanal, para um mês de 5 semanas, a €7.92 por semana, e não aos anunciados €6.60.

Logicamente, não é pela diferença do montante. É um ginásio low cost e o euro a mais compensa largamente a utilização. Só não é o que é passado a um potencial sócio quando se pensa em inscrever. Talvez seja defeito profissional; ando pela área da comunicação e não o faço com o intuito de induzir as pessoas em erro, mas este é exatamente aquele tipo de situações que me tira no sério. Não pelas pessoas que mas esclarecem, que só fazem o seu trabalho e da forma mais competente possível, mas por aqueles que estão por trás, que têm que ser sempre mais espertos que todos os outros.

Ora, o que eu gostava muito, mesmo muito, era que me facultassem referências multibanco e me dissessem assim: até dia 1 de cada mês, tem de pagar €13.20, e até ao dia 15, outros €13.20. Quanto muito, nos meses de 5 semanas, a €6.60 cada uma, pagar um total de €33.00 e não de €39.60, como está a acontecer. Tudo isto, claro, quando sempre achei que iria pagar €26.40 por mês, porque é isso que se pensa quando lemos “pagamentos quinzenais”, mas essa parte é, obviamente mea culpa; minha e da boa-fé.

Adenda: Quando as contas são efectuadas para um valor anual, e esse total dividido por todas as semanas do ano, bate certo. Não há aqui qualquer complô maquiavélico, apenas uma comunicação ilusória e (cheira-me) propositadamente enganadora. Estou muito satisfeita com o ginásio e este não é um post de revolta, mas de alerta para o mundo que nos rodeia, e para aquilo que nos habituámos a não questionar. Se anunciam os pagamentos como quinzenais, têm de ser feitos de 15 em 15 dias e não de 14 em 14 (14 + 14 = 28; nenhum mês em 2012 tem 28 dias, pelo que acabamos sempre por pagar  dias em excesso, e daí as discrepâncias entre os valores expectáveis e os de facto praticados).

Invencíveis


Aqui há uns meses fui beber café com um grande amigo. A meio da conversa, começámos a discutir teses, e ele falou sobre a dele, sobre como tinha sido difícil conjugar tudo, sobre todas as noites em que chegava a casa, depois do trabalho, jantava e ia escrever, até às três da manhã. Lembro-me de ter acenado com a cabeça como quem concorda e compreende. Mas eu não concordava, nem sequer compreendia. Aliás, enquanto o meu corpo se manifestava condescendente com toda aquela conversa, a minha mente vagueava por ideias semelhantes a "este tipo é maluco" ou "comigo não será assim".

Pois não. Eu fico acordada a noite inteira.

Queres um café?


Se as pessoas soubessem o estado de desespero em que tenho de estar para aceitar um café, seriam muito mais compreensivas comigo nas manhãs seguintes.
Toda eu fico arrepiada, tremo, faço caretas e solto grunhidos.

Motivação à mulher II

                                                                                              Eva Longoria

Como qualquer acto de determinação profunda, tipicamente feminino, durou 30 minutos e a seguir expirou. Diga-se, porém, que foram 30 minutos extra produtivos e já compensados por hora e meia de trabalho hoje. As coisas estão a andar, estão finalmente a andar.

Já este blogue é uma seca.
Se eu tivesse que ler alguém que não fala de outra coisa que não da tese em diferido, já há muito me teria atirado de uma ponte (ou viaduto, vá, para ser por cima de uma estrada) e rebolado - devido aos Redbull - para baixo de um carro. Em caso de sobrevivência, poderia sempre pedir para se ligar a TV do hospital no Goucha e esperar que um dos seus comentários estridentes me fizesse parar o coração.

Motivação à mulher

                                                                                                      Christina Aguilera

O Redbull tem gás.
O Redbull ou está cheio de açúcar ou transborda gordura.
Só bebo porcaria.
Tenho preguiça.
Ok. Posso ir dormir e faço isto amanhã, bem cedo. Trabalho melhor às seis do que à uma.
Mas, se fosse para isso, escusava de ter bebido dois.
Foram duas vezes o gás.
Duas vezes os açúcares e as gorduras.
Duas vezes mais tempo no ginásio.
Se veio cá para dentro ocupar espaço, que seja útil pelo caminho.
Mais do que decidido: a hora de dormir é só e apenas quando estiver convencida que fiz o suficiente para compensar o estrago.
Força nisso! 

1000 vezes por dia

                                                                                                                            Jennifer Aniston

É só até Julho.
É só até Julho. 
É só até Julho. 
É só até Julho. 
É só até Julho. 
É só até Julho. 
É só até Julho. 
É só até Julho. 

O vício do momento


Dizem que somos igualmente desajeitadas. Na Fox Life, em episódios pequenos e bem-dispostos. 

Vejo estas imagens e sinto-me com um cérebro de 15 anos


Sei que tenho algo realmente importante para fazer quando só me apetece vir escrever para o blogue. Ainda eu estou no carro, acabada de sair do trabalho e a aproveitar os últimos raios de sol do dia, e já a minha cabeça divaga por entre advérbios e substantivos que teimam em sair. E é assim que venho para casa, a tecer sozinha um ditado que ninguém apanha, dentro de quatro portas que me ouvem sem qualquer outra opção. Falo e falo, e mudo a entoação consoante o tema. Indigno-me e resigno-me, e chego a casa, estaciono e abro a porta, para deixar o post lá atrás, com o carro. 

Sinto muita falta desta parte, desta parte das letras e do teclado, mas não vou enveredar pelas mesmas explicações anteriores. Já as conhecem. Não peço desculpa pelas ausências; elas dizem tanto de mim quanto as presenças. E, neste momento, nesta altura da minha vida, preciso de ambas para manter algum equilíbrio. Hoje, a noite avizinha-se longa: olá directa antes de dia de trabalho. O espírito acompanha-a, com uma lata de Red Bull e a exigência de vir com o computador para a sala, esquecendo a cama, os cobertores e as almofadas confortáveis que tantas vezes me confortaram em noites como esta. Em noites em que eu era capaz de as fazer porque no dia seguinte fechava os olhos às aulas e deixava que o sol me embalasse. Agora custa-me mais. Custa-me mais concentrar e não estar a fazer mil e uma coisas ao mesmo tempo. Dizem que é uma característica das mulheres; acho que é porque, a determinado ponto dos nossos dias, eles nos ensinam a ser malabaristas. Não somos sobredotadas, só já não sabemos como parar de o fazer. Custa-me mais fincar o pé e lembrar-me de que se já passei tanto tempo sem aqui passar, mais uma noite não fará diferença. Mas faz. É claro que faz. Esta só não é a indicada, e é precisamente por isso que a escolho. São coisas da procrastinação e contra isso nada a fazer.

*Entretanto, quanto mais me ausento, mais acho urgente vir aqui falar de uma ou duas coisas que me apoquentam. Arranjem-me tempo e duas doses de paciência, que uma já não basta.
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